Queremos estar entre os que trabalham na redução das desigualdades e preconceitos…
Então segue aí, Livros, Matérias, Textos e muito mais que acreditamos ser importante para a mudança do mundo.
1988
Editora: Belo Horizonte
Gayatri Chakravorty Spivak, uma renomada teórica pós-colonial e feminista indiana. Nascida em 1942, em Calcutá, Índia, Spivak é conhecida por suas contribuições acadêmicas significativas no campo dos estudos culturais.
Spivak é professora de Ciências Humanas na Universidade de Columbia. Ela é amplamente reconhecida por seu ensaio seminal “Pode o Subalterno Falar?”, publicado em 1988. Neste trabalho, Spivak examina criticamente o conceito de subalternidade, originalmente formulado pelo historiador indiano Ranajit Guha, e sua aplicação nos estudos pós-coloniais.
O termo “subalterno” refere-se a grupos sociais marginalizados e oprimidos que são frequentemente excluídos dos discursos dominantes. Spivak questiona se esses indivíduos têm uma voz autêntica dentro dos sistemas de poder ou se suas vozes são efetivamente silenciadas e cooptadas.
Ela argumenta que, mesmo quando tentamos dar voz aos subalternos, frequentemente o fazemos de maneiras que perpetuam a dominação e não permitem uma verdadeira representação de suas perspectivas e experiências. Spivak desafia os estudiosos a considerarem não apenas como representar os subalternos, mas também como criar condições para que eles possam falar por si mesmos, sem serem distorcidos pelos sistemas de poder existentes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gayatri_Chakravorty_Spivak
2019
Editora: Companhia das Letras
Djamila Ribeiro, filósofa e ativista brasileira, apresenta em uma obra acessível e incisiva sobre o combate ao racismo estrutural no Brasil.
Explorando diversos aspectos da discriminação racial, Ribeiro discute como o racismo permeia as estruturas sociais, culturais e políticas do país. Utilizando exemplos pessoais e análises contundentes, ela aborda a importância do reconhecimento dos privilégios brancos, da desconstrução de estereótipos e da promoção de políticas públicas antirracistas.
O livro não só esclarece sobre as diversas formas de racismo, mas também oferece ferramentas práticas para a conscientização e engajamento na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
Ela trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos, ela apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas.
Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho?
Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
https://wikifavelas.com.br/index.php/ Pequeno_manual_antirracista_(livro)
Direção Paul Haggis – 2005
“Crash – No Limite” é um filme que explora intensamente o tema do preconceito em uma sociedade diversa e interligada. A narrativa entrelaça múltiplas histórias de diferentes personagens que, de alguma forma, estão ligadas por eventos que revelam as profundas divisões raciais, étnicas e sociais que permeiam a cidade.
Cada personagem enfrenta ou perpetua preconceitos em suas interações diárias, mostrando como estereótipos e discriminação estão enraizados nas estruturas sociais. O filme aborda temas como racismo, xenofobia, intolerância religiosa e socioeconômica através de situações que confrontam os protagonistas com suas próprias crenças e comportamentos preconceituosos.
Ao longo da trama, as histórias se cruzam de maneiras inesperadas, destacando como a ignorância e o medo do desconhecido podem levar a mal-entendidos e conflitos devastadores. A complexidade das relações interpessoais é explorada através de encontros e confrontos que desafiam as percepções dos personagens e os forçam a confrontar suas próprias noções de identidade e pertencimento.
Em última análise, “Crash – No Limite” oferece uma visão crua e provocativa das dinâmicas de poder e preconceito que moldam as interações humanas, questionando as fronteiras entre vítimas e agressores em um cenário onde todos são, de certa forma, culpados e inocentes ao mesmo tempo.
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-54587/
Álbum Homônimo – 1973
A canção ‘Fala’, de 1973, interpretada por Ney Matogrosso, é uma obra que destaca a importância da escuta ativa nas relações interpessoais. A letra é um convite à comunicação genuína, onde o silêncio do eu-lírico se apresenta como um espaço de acolhimento para o outro. A repetição do verso ‘Então eu escuto’ reforça a disposição do narrador em realmente ouvir o que o interlocutor tem a dizer, sem pressa para responder ou interromper.
A simplicidade da letra, com poucas palavras e a repetição do termo ‘Fala’, acompanhada de um melódico ‘Lalalalalalalalalá’, sugere que, muitas vezes, o ato de falar transcende as palavras, podendo ser expresso através de sons e melodias que comunicam emoções e sentimentos. A música, portanto, pode ser interpretada como uma metáfora para a comunicação não-verbal, onde o que não é dito também possui significado e valor.
Ney Matogrosso, conhecido por sua expressividade e performances teatrais, traz em ‘Fala’ uma mensagem sobre a paciência e o respeito no diálogo. A canção reflete a ideia de que ouvir é uma forma de amor e respeito pelo outro, e que a comunicação efetiva muitas vezes requer mais ouvidos atentos do que palavras precipitadas. A música se torna um lembrete de que, em um mundo repleto de ruídos e pressa, saber ouvir é uma habilidade preciosa e necessária para a construção de relações mais profundas e significativas.
https://www.letras.mus.br/ney-matogrosso/47724/significado.html
Álbum Seja Você Mesmo, Mas Não Seja Sempre o Mesmo – 2001
“Até Quando” é uma canção icônica do rapper brasileiro Gabriel O Pensador, lançada em 2001. Gabriel Contino, mais conhecido como Gabriel O Pensador, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de março de 1974. Ele é um dos artistas mais influentes da cena hip-hop brasileira, conhecido por suas letras inteligentes e engajadas que abordam questões sociais, políticas e culturais.
“Até Quando” se destaca como uma crítica contundente às injustiças sociais, à corrupção e à violência urbana. A música faz um apelo à reflexão sobre os problemas do Brasil contemporâneo, questionando até quando as pessoas vão aceitar as condições desfavoráveis e não agir para mudá-las.
Com versos poderosos e uma melodia marcante, Gabriel O Pensador usa sua habilidade lírica para expor as contradições e desigualdades que permeiam a sociedade brasileira. Ele desafia os ouvintes a pensarem criticamente sobre as estruturas de poder, a responsabilidade coletiva e as possibilidades de transformação social.
“Até Quando” não apenas se tornou um sucesso comercial, mas também uma poderosa ferramenta de conscientização e mobilização social. Ao longo de sua carreira, Gabriel O Pensador continuou a usar sua música como uma plataforma para expressar suas opiniões sobre questões importantes e para inspirar mudanças positivas na sociedade brasileira.
https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2021/10/13/gabriel-pensador-ate-quando/
Discriminar alguém no Brasil por causa da identidade de gênero é crime desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei contra o racismo também pode ser aplicada contra a homofobia.
De acordo com dados obtidos de todos os estados e também o Distrito Federal, com base na Lei de Acesso à Informação, entre os anos de 2018 a 2021 considerando-se casos de Ofenças, Ameaças, Agressões e Homicídios o Brasil teve um aumento de casos de quase 300%.
“Sem dúvida alguma, a gente viveu nos últimos quatro anos uma intensificação dos discursos de ódio. Um aumento de desigualdades sociais que acabam fazendo com que as pessoas fiquem mais vulneráveis e menos capazes de buscara ajuda ou encontrar ajuda quando buscam”, analisou o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Dennis Pacheco.
Por Fabio Turci, Jornal Hoje
https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2022/12/26/crimes-de-homofobia-sobem-no-brasil-e-vitimas-relatam-dificuldade-de-registrar-ocorrencia-em-delegacias.ghtml
1949
Editora: Nova Fronteira
“O Segundo Sexo” é um livro da filósofa existencialista francesa Simone de Beauvoir, publicado em 1949. Nesta obra, Beauvoir explora a condição da mulher na sociedade e analisa como as mulheres são historicamente vistas como “o outro” em relação aos homens, sendo frequentemente definidas e limitadas por sua relação com eles.
Ela argumenta que a mulher não é uma categoria natural, mas sim um papel social construído, e critica a forma como as estruturas sociais, culturais e religiosas perpetuam a opressão e a desigualdade de gênero. Beauvoir discute temas como a sexualidade feminina, a maternidade, a educação, o trabalho e a política, oferecendo uma crítica profunda da condição feminina na sociedade patriarcal.
“O Segundo Sexo” foi um marco na teoria feminista e continua sendo uma leitura importante para quem deseja entender as origens do pensamento feminista moderno e as questões fundamentais enfrentadas pelas mulheres ao longo da história.
https://www.novafronteira.com.br/o-segundo-sexo-70-anos